FC Porto, Campeão Europeu
E foi mesmo, eu já andava a dizer isto há algum tempo. Os tipos este ano iam levar tudo e mesmo assim foi uma sorte terem-nos deixado a Taça de Portugal como prémio de consolação. O Benfica acabou certamente por merece-la, não pelo que jogaram na final mas pelo trabalho e esforço que os seus atletas colocaram num último mês de temporada em que acreditaram até ao fim que podiam, eles também, ganhar qualquer coisa. Como bom português que sou, ontem torci pelo Porto pois ao faze-lo estava naturalmente a torcer por Portugal. Ainda que tendo de gramar com o Pinto da Costa, mais o Mourinho, mais o Reinaldo Telles, mais o André, mais....
Bom, parabéns para eles. Fizeram sem dúvida algo de extraordinário e inédito, conseguindo após uma temporada fenomenal que culminou na conquista da Taça Uefa, ultrapassar uma fasquia que eles próprios tinham tornado prácticamente intransponível. Além disso practicaram um futebol de qualidade, com alguns momentos de verdadeiro génio, muito longe do tal anti-jogo que ingleses e espanhois alardearam depois de terem sido afastados. O cotovelo doí que se farta por essa Europa fora. Os monegascos ontem foram uma presa fácil, fácil até de mais para uma equipa do Porto que, mesmo fazendo uma exibição algo apagada no primeiro tempo, dominou em prácticamente todos os aspectos da partida. Certamente que beneficiou de um golo inicial obtido com alguma sorte e até um pouco contra a corrente do jogo, mas soube sempre gerir a vantagem até ao ponto em que ao Mónaco não restava mais do que o tudo por tudo da avalanche ofensiva. Depois foi só contra-atacar e colher a fruta que por esta altura estava mais do que madura. Foram três, podiam ter sido mais. Da conquista portista devo salientar mais dois pontos que me parecem de grande importância. Em primeiro lugar o facto de no onze titular figurarem oito portugueses, nove se contarmos com Deco (eu não conto). Numa altura em que tantas críticas se tecem ao estado actual do futebol português, supostamente invadido por estrangeiros de inferior qualidade e em que pouco se investe nos jovens talentos nacionais, o Porto mostrou como se chega ao topo da Europa (ou seja, do mundo) usando praticamente apenas a prata da casa. Em segundo lugar, a autêntica bofetada que o Baía deu no Scolari, tendo efectuado uma exibição fabulosa, com defesas importantes e demonstrativas da sua classe, que inclusivamente serviram para manter o Porto na partida até marcar o primeiro tento. O Mónaco entrou bem melhor no jogo e poderia ter sentenciado logo no início. Ridícula a birra de Scolari em não levar Baía ao Europeu. Quem perde é a selecção.
No fim de tudo a glória aos vencedores, o bilhete de avião de regresso ao Mónaco aos vencidos. Para o ano há mais e espero que a sorte continue a sorrir na Europa a outras equipas Portuguesas (de preferência a uma que traja em tons mais vermelhuscos). Espero também que este seja um bom prenúncio para o Europeu que se avizinha e que os jogadores portistas não cheguem muito fatigados ao estágio da selecção. Parece que eles têm uma irritante tendência para se cansarem sempre que deixam o clube. Não sou eu que o digo, é o Super-Mourinho, que se tornou hoje e para meu grande desconsolo, no melhor treinador do mundo. Exactamente!!!
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