SL Benfica 4 - Vitória de Setúbal 0
Acabou por ser uma partida positiva por parte do Benfica ainda que o resultado transpareça algum exagero face às exibições de ambos os conjuntos. Numa 1ª Parte de apatia e mau futebol apenas se destacaram aqueles que para mim foram os homens do jogo, Petit e Karadas. O meio campo do Benfica mostrou hoje uma solidez que ainda não tinha visto esta época, pelo menos a este nível, com Petit num plano de forma superior, extremamente bem secundado por um Manuel Fernandes que parece crescer de jogo para jogo, necessitando apenas de corrigir algumas situações para se tornar numa pedra basilar do clube encarnado. Na frente do ataque Karadas ganhava todos os lances pelo ar, sempre na tentativa de servir o 2º ponta de lança, primeiro Nuno Gomes e a partir dos 25 minutos por lesão deste, Sokota. Parece-me que apesar de não vir rotulado de craque, este norueguês é claramente a melhor contratação do Benfica nos últimos anos, com ele ganhamos em campo um lutador, um homem que corre até à exaustão e mais do que tudo, um verdadeiro jogador de equipa, como não via há muito tempo. Se o jogo benfiquista na 1ª Parte deixou bastante a desejar muito mais não se poderá dizer da equipa adversária que decididamente não veio à Luz para ganhar. Nunca passou de uma equipa apática que inapelavelmente canalizava o seu pouco jogo ofensivo para a extrema direita onde Jorginho tentava tirar partido, sem sucesso diga-se, da sua velocidade. Boa escolha a de Trapatonni ao colocar dos Santos em vez de Fyssas a lateral esquerdo. Após o golo inaugural de Karadas aos 31' o Benfica teve mesmo alguns momentos de bom futebol, galvanizado-se com o apoio do público, e dispondo mesmo de algumas oportunidades para dilatar o resutado antes do intervalo.
No 2º tempo a equipa encarnada surgiu em muito melhor plano, tendo mesmo realizado na 1ª meia hora uma das suas melhores exibições da época, pressionando o adversário na disputa de bola (Petit e Manuel Fernandes mais uma vez em evidência) e saindo em ataque planeado com Karadas e Sokota a mostrarem algum entendimento, beneficiando das (poucas) subidas de Geovanni pelo lado direito. Aos 50' e na sequência de um bom trabalho de Karadas na extrema direita Sokota faz o 2-0 e praticamente arruma a questão. Aos 72' e beneficiando de um brinde da defesa contrária Geovanni faz o 3º e os sócios começam a vislumbrar uma goleada. O Benfica começa a tirar o pé do acelerador e o Vitória começa finalmente a criar perigo. A partir do minuto 79' com a saída de Petit rendido por Everson os encarnados entregam completamente o jogo ao adversário, daí resultando os lances de maior perigo para a baliza de Moreira. Foi a 1ª vez que vi jogar Everson ao vivo e fiquei extremamente impressionado com a forma como disputa o esférico. Um caceteiro à antiga que nos lances que disputou não ganhou uma única bola mas em que deixou sempre o adversário prostrado (e não de espanto, no solo mesmo). Em termos de futebol não consegui mesmo ver nada da sua parte, pelo que o veredicto terá de ficar para mais tarde. Já no fim e com o jogo praticamente em ponto morto, Simão faz um belo golo a premiar uma agradável exibição.
A arbitragem de Paulo Costa conheceu altos e baixos, tendo assustado bem cedo os adeptos Benfiquistas logo aos 20 segundos quando inventou uma falta no lado esquerdo do ataque setubalense. Os sócios andam escaldados e temeram mais uma daquelas arbitragens de bolso com que temos sido brindados em casa nos últimos tempos. Ainda assim o seu trabalho acabou por ser regular, manchado apenas pela deficiente avaliação das faltas e simulações, situações em que os jogadores incorrem cada vez mais.
Feitas as contas os 36.048 espectadores que se deslocaram à Luz terão saído satisfeitos (principalmente se apoiavam a equipa da casa), ainda que o futebol praticado na 1ª Parte não tenha passado do sofrível.
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