Viva a 2ª Feira, ou talvez não
Eu adoro as segundas feiras. Bom, na realidade gosto mais delas quando, tal como hoje, coincidem com o último dia do mês, dia em que a minha empresa muito gentilmente e num gesto de generosidade abnegada que me vejo obrigado a sublinhar, distribuí pelos empregados as respectivas mesadas. Ainda para mais e como estou prestes a entrar de férias, por sinal as minhas maiores férias em quase 5 anos, estava ansiosamente esperando o pagamento do respectivo subsídio. Qual não é o meu espanto quando consultei hoje o meu extracto bancário, como sou um tipo mesquinho fui logo ver a conta às 7 da manhã, constato que só me depositaram a mesada de sempre, do subsídio nem pó. Na realidade a surpresa foi relativa já que não é a primeira vez que tal me acontece. De há cerca de dois anos e tal para cá a minha empresa instaurou umas regras bastante interessantes de marcação de férias e respectivos pagamentos dos subsídios que lhe estão adjuntos, pelo que é obrigatório, para se poder usufruir do graveto, marcar um mínimo de 10 dias úteis de férias no espaço de um mês. A letra miudinha do contrato está no facto desses 10 dias se reportarem obrigatóriamente a dias de férias do ano em questão, ou seja, no meu caso, como sou um tipo trabalhador, tiro poucas férias, ainda por cima na altura em que mais ninguém quer tirar e tenho sempre dias dos anos anteriores, tinha de estar 2 meses seguidos em casa para poder receber na data correcta (antes de ir de férias) o dinheiro que me é devido. Porreiro, viva a justiça social. Já me lixaram o resto da semana e eu que acordei tão bem disposto. O fim de semana foi agradável e relaxante, futeboladas, almoçaradas e descanso, que também faz falta. A novidade é que fui ontem eleito administrador do condomínio num prédio em que ainda nem sequer estou a morar. Possuo um apartamento no concelho de Cascais que adquiri com o intuíto imediato de passar a ocupar a tempo inteiro. Passados hoje exactamente 2 anos sobre a compra da casa continuo ainda no lar materno, situação que me preparo para finalmente alterar. Devo confessar que apesar de algumas dificuldades financeiras que tenho atravessado não me terem permitido mobilar imediatamente a casinha a meu gosto, ou pelo menos com o essencial para viver de forma confortável, nos 2 anos anteriores tive várias oportunidades de dar o passo definitivo para a emancipação, passo esse que fui sempre adiando. Talvez por comodismo, preguiça ou receio encontrava sempre mais um argumento que me mantinha onde estava. De qualquer forma aqui proclamo desde já a minha decisão inabalável de sair de vez de casa, mudar de vida e abraçar finalmente a minha total independência. Só foi pena foi o subsídio de férias que me tinha dado um jeitão para acabar de mobilar o casebre. Ah, grandes camelos!!!
P.S. Descobri ontem que nas traseiras da minha casa, onde por vezes pastam umas ovelhinhas, se avistam também coelhos, que despreocupadamente pulam pela vegetação circundante. Ai que bem que se vai estar no campo...
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