Badasso's Blog

segunda-feira, outubro 25, 2004

SL Benfica 2 - CF Nacional da Madeira 1

Nova experiência hoje no Sector 5 do Estádio da Luz. Um dos atletas do costume não pôde comparecer pelo que cedeu o lugar a um... adepto do Sporting. Isso mesmo, escandaloso!!! Apesar da evidente falha de carácter da dita personagem, o amigo Tiago, ele até se portou bem e não fez muito alarido, tendo até fingido festejar os golos do glorioso. Enfim, lá fez o papel de quem quer sair dali inteiro. Quanto ao jogo própriamente dito, este teve o condão de ser ainda mais pobre do que o da semana anterior, o Nacional entrou para empatar e pouco mais fez do que perder tempo em todas as oportunidades que tinha para o fazer, isto sempre nas barbas do árbitro. A 1ª Parte foi mesmo muito pobre, não tendo efectuado o Benfica nada que justificásse mais do que o nulo verificado ao intervalo. Estranhamente e apesar da pobreza franciscana do jogo benfiquista, Trpattoni não mexeu na equipa durante 49 penosos minutos, altura em que finalmente retirou de campo o incapaz Zahovic. Para o seu lugar entrou outro incapaz, o virtuoso Sokota, mais conhecido como o homem das 100 bolas, já que esse é o nº de remates que tem de efectuar para conseguir marcar. Alguns minutos mais tarde entraria Geovanni para o lugar do apagadissimo João Pereira. Não percebo muito bem a insistência de Trapattoni em João Pereira a extremo direito e em Miguel a lateral contra uma equipa como o Nacional que pouco atacava e sempre sem qualquer perigo. Limita-se um jogador de pendor claramente atacante e tenta-se transformar um lateral em extremo. Teorias... O golo inaugural acabaria por aparecer pouco tempo depois por Karadas num remate fenomenal de fora da área. Seguidamente Sokota escandaliza ao falhar um golo feito, a mim já não me escandaliza muito porque já o conheço e já estou habituado a estas fífias. Depois de um cruzamento de Geovanni surge finalmente o 2º do Benfica por Sokota numa boa cabeçada. A malta aplaudiu e desculpou imediatamente o falhanço anterior, eu não desculpo e considero até que o Sokota a partir de agora só se fôr para tratar da relva. Não tem categoria nem qualidade para jogar num clube da envergadura do Benfica e já teve tempo de sobra para provar o contrário. Obviamente que tem muito mais técnica do que o Bacalhau norueguês, mas não tem metade da raça e vontade, pelo que ficaremos sempre a perder com o croata. A 3 minutos do fim surge então o ponto de honra para o Nacional em mais um lance claramente irregular, em que o árbitro depois de assinalar um livre indirecto sanciona o golo após a bola ter entrado directamente na baliza de Moreira sem ter tocado em ninguém. Espero receber muitos emails esta semana com fotos a provar que a bola tabelou em Argel, Luisão e Zahovic(que já estava no banco). Ou então a justificar o erro pelas posições do fiscal de linha e do árbitro que não lhes permite aquilatar com clareza da justeza do lance. Por falar em árbitro, a arbitragem desta noite foi sem dúvida das coisas mais miseráveis que já vi neste país. Não considerando sequer o lance do golo mal validado, a conclusão que fica é que o "árbitro" Mário Mendes nem sequer é faccioso. Ele é simplesmente muito mau. Mau em todos os aspectos, técnica e disciplinarmente um autêntico desastre. Um autêntico anjinho a ajuizar os lances de faltas, mais uma vez refiro que para ambos os lados. Com este tipo de pessoas o futebol português também não pode ir muito longe.

domingo, outubro 24, 2004

A chuva, o nevoeiro e a Serra de Sintra

Iniciei hoje uma nova práctica, a dos passeios pedestres. Para os menos informados devo desde já clarificar que se tratam de passeios pedestres e não para pedrastas. Nunca se sabe quem lê isto, é que andam para aí uns tipos... Bem, voltando ao que interessa, fui com uma amiga experimentar e gostei bastante, apesar das infelizes condições meterológicas que nos sairam na rifa para o dia de hoje. De manhã quando saímos de Lisboa chovia a cântaros, pelo que pensámos mesmo voltar para trás. Mas como já nos tinhamos levantado cedo e o mal já estava feito resolvemos ir até ao local da caminhada para ver se o tempo estava melhor. Além disso, como diz a minha amiga e muito bem, é sempre melhor arrependermo-nos por algo que fizemos do que por algo que nunca chegámos a fazer. E lá fomos nós a caminho da Malveira da Serra debaixo de um aguaceiro indescritível, mas esperando sempre por uma aberta que possibilitásse a realização da passeata. Depois de algumas dificuldades em dar com o sítio lá chegámos enfim ao ponto de encontro onde outros caminhantes se juntavam já em animada discussão sobre a segurança que as condições meteorológicas possibilitariam. A maior parte das pessoas estava pronta a efectuar o passeio pelo que os instrutores anuiram a que este se realizásse. Seguiram-se então cerca de 2 horas de trilhos, lama, arvoredo e algumas subidas bem duras, sempre debaixo de chuva intensa e um nevoeiro que impedia que disfrutássemos da belissima vista a caminho do alto da Peninha. Lá chegados e depois de uma retemperadora pausa para a merenda fomos brindados com o aparecimento do sol que finalmente empurrou o nevoeiro durante o tempo suficiente para contemplarmos uma paisagem mágnifica da zona do guincho. A descida efectuou-se já com menos chuva mas acabou por ser bastante dura pelo elevado desnível de algumas zonas e pela irregularidade do terreno. Além disso o cansaço acumulado na subida já se fazia sentir e notava-se uma diminuição geral no ritmo do grupo. A mim já me doiam um pouco as pernas mas claro que não dei parte de fraco, ainda por cima eu era o único que me estava a estrear na modalidade e não queria fazer má figura. Ao fim de 4 horas e meia de caminhadas e de 12 km bem suados chegámos enfim ao fim do percurso, de volta à Malveira da Serra e ao local onde estavam os benditos automóveis. Confesso que estou bastante cansado mas adorei o passeio e espero repetir a experiência dentro em breve.
Para quem estiver interessado em experimentar aqui fica o link da empresa que organizou o percurso de hoje : http://www.sal.pt/ Pesquisando na internet fácilmente se encontram links para outra empresas do mesmo ramo. A idéia é mesmo tirar o rabinho do sofá e fazer um bocado de exercicio físico, ainda por cima quando isso pode ser feito em plena comunhão com a natureza. Porreiro é também o espírito de convivência que se gera em eventos destes, já que se conhece imensa gente. Experimentem que vão gostar.

sábado, outubro 23, 2004

CP, mais esse grande monopólio!!!

Fenomenal a actuação da Refer na questão do encerramento do túnel do Rossio na madrugada da passada 6ªFeira (entenda-se de 5ª para 6ª). Levantei-me eu cedinho esperando ir cumprir o meu trissemanal ritual de ir ao barbeiro, que por acaso fica ali nos Restauradores, quando sou surpreendido pela noticia televisionada de que o túnel do Rossio estava a partir dessa madrugada encerrado à circulação ferroviária e assim permaneceria por não menos de 2 meses. 2 MESES!!! Será isto possivel, terei ouvido bem ? Ainda por cima num dia de semana e sem qualquer aviso prévio. Escutei mais uns momentos do comunicado que era efectuado pelo Presidente da empresa, na tentativa de confirmar o que tinha percebido e a confirmação lá estava, 60 dias de obras. Tentava então o senhor explicar que o perigo até era relativo e que muito provávelmente o túnel seria seguro para mais 8 ou 9 meses de utilização. O que ele não conseguiu explicar foi o verdadeiro motivo para esta intervenção extemporânea e disparatada. Não conseguiu ou não quis. Ninguém me convence que de um dia para o outro um túnel deixe de ser seguro. Nem um túnel nem qualquer outra estrutura ou obra pública. O que me parece óbvio é que a malta que tem a seu cargo a manutenção, inspecção e conservação das supra-citadas estruturas anda a dormir na formatura. Ou então os relatórios andam a ficar esquecidos por algumas gavetas...
Claro que quando cheguei à estação para apanhar o comboio para Entrecampos o caos estava instalado. Os sistemas de controlo e aviso de chegadas tinham sido desligados, os comboios faziam fila para entrar nas estações, as pessoas não tinham qualquer tipo de informação sobre o que se estava a passar e a minha habitual viagem para o trabalho que dura no máximo uns 10/12 minutos levou-me desta vez uns suados 25. Vamos lá ver como vão funcionar (ou não) as coisas na próxima 2ª Feira.

terça-feira, outubro 19, 2004

Sic Comédia

Era de desconfiar este novo canal que a Sic lançou no lugar da Sic Gold, mas para já surpreendeu-me de forma bastante agradável. Começou ontem às 19:30 e logo com a exibição do 1º episódio do fenomenal 'Allô,Allô'. Depois disto é difícil falar mal dos tipos. Embora a programação assente essencialmente em sitcoms que já todos viram nos últimos 20 anos, a verdade é que são séries de qualidade e que valem a pena ser revistas. Espero apenas que os tipos se lembrem de lançar séries inéditas de vez em quando.

segunda-feira, outubro 18, 2004

A desilusão pós-derby

A desilusão foi grande e não só no plano desportivo. O jogo apesar de emotivo não teve grandes momentos de qualidade (tirando o grande golo do McCarthy), os casos sucederam-se em catadupa, os insultos entre as duas direcções atingiram novos patamares de baixo nível. Já para não falar da arbitragem, se o lance do suposto penalty sobre Karadas é duvidoso, já o golo de Petit não deixa dúvidas a ninguém. E por muito imparcial que eu me queira manter, ninguém me faz acreditar que se o jogo se realizasse no Dragão e o frango tivesse sido do Moreira, existisse em Portugal um fiscal de linha com coragem para dizer que não era golo. Quanto ao jogo própriamente dito, volto a dizer que lhe faltou qualidade. Se o Porto inaugurou o marcador com um golo fortuíto (mas sempre um grande golo), o Benfica também não fez nada que justificasse outro resultado na 1ª Parte. Foi mesmo a equipa adversária que praticou o futebol mais vistoso (destaque para o artista Diego) e que criou mais lances de perigo. Na 2ª Parte a história foi outra, o glorioso surgiu bem mais atacante e pressionante, começando finalmente a conseguir recuperar o controlo do meio campo. E pelo que fez merecia bem o golo que lhe foi injustamente tirado. Na minha opinião o resultado final deveria ter sido um empate. Salvou-se no meio disto tudo o sempre alegre ambiente vivido entre os habituais frequentadores do sector 5, onde houve até um elemento, não vou dizer quem, que se ausentou ao trabalho para poder estar presente...
Já após o jogo e quando me encaminhava para casa, outro caso insólito. Sou assaltado por 4 dignos cidadãos de raça negra, que me surpreenderam saltando-me em cima. É impressionante mas demorei cerca de 10/15 segundos para perceber o que se estava a passar, pelo que esse foi o tempo que demorei a reagir e a pôr em fuga os 3 primeiros meliantes. O problema foi a vistosa faca que o 4º atleta segurava e que só então eu vi e que me impediu de lhe dar a devida resposta traduzida numa bela traulitada no focinho. Finda a tourada percebo então que no meio da luta acabei por levar uma pequena facada na mão, de onde sangrava já abundantemente. Isto a acrescentar ao fio de sangue que me escorria do lábio meio rachado. Desta bela noite tiro duas iláções importantes. Em primeiro lugar quero agradecer ao ministro por ter disponibilizado uma rede de segurança tão eficiente dentro do perímetro do estádio. Foi pena foi terem-se esquecido que as pessoas também necessitam de se movimentar fora dele. Em segundo lugar estou a pensar fazer uma exposição ao Bloco de Esquerda visando o ataque de origem claramente xenófoba do qual fui vitima. Ora ao fim de contas eu constituia uma clara minoria naquela rua, pelo que talvez suscite alguma simpatia para o meu caso...

domingo, outubro 17, 2004

A tensão pré-derby

O derby aí está, e eu lá estarei também. Espero essencialmente que seja um bom jogo de bola e que o Benfica ganhe. Mas também que seja um jogo correcto e sem casos, tanto dentro como fora das quatro linhas. Já basta o que as direcções dos dois clubes, as claques, os ministros, as autoridades policiais, os orgãos de informação e outros que tais macâmbuzios têm andado a fazer durante toda a semana, que mais não serve para inundar ainda mais o lamaçal em que se vai transformando o nosso futebol.

quarta-feira, outubro 13, 2004

Memórias de Leiria

Estou por Leiria e por cá estarei quase até ao fim da semana. Em 2 semanas é a 2ª vez que cá venho e pelo andar da carruagem ainda cá passarei mais uns dias nos tempos mais próximos. Ando por cá em trabalho, na implementação de um projecto para a minha empresa, pelo que da cidade ainda não vi grande coisa. A rotina diária resume-se prácticamente à viagem do hotel para o local de trabalho e vice-versa, isto apenas entrecortado pela hora de almoço. À noite acabo por fazer sempre o mesmo trajecto em direcção a um restaurante porreiro que descobri perto do centro e onde se come bastante bem. Se na semana anterior estive a trabalhar com um colega que me acompanhou desde Lisboa, desta vez estou cá só eu, pelo que confesso sentir-me um bocado solitário. Descobri que não é muito fácil estarmos numa cidade estranha onde não conhecemos ninguém. Não é de admirar que quando cheguei ao hotel depois do jantar desatei a telefonar aos pais e aos amigos, numa tentativa de ouvir uma voz conhecida. Depois deu-me para escrever qualquer coisa no blog, algo que já não faço hà bastante tempo, o problema é que como não tenho um portátil estou a escrever em papel, algo que não faço ainda há mais tempo, anos mesmo. O trabalho vai ser dobrado porque quando chegar a casa ainda vou ter de transcrever a coisa para o computador mas não faz mal, apetece-me mesmo escrever qualquer coisa. Hoje até pensei em jantar pelo hotel e não sair à rua porque está um frio desgraçado mas ao avistar as multidões de velhotes estrangeiros que enchem os corredores do hotel e ocupam continuamente o único elevador existente desisti de ficar por aqui e saí resolvido a dar uma volta pela cidade e descobrir um bom restaurante. Comecei por uma visita ao novo estádio que se situa mesmo nas traseiras do hotel, estádio esse que é tão feio que consegue transformar o Alvalade XXI numa obra de arte. Exteriormente é mesmo ridículo, mas na sua parte interior ainda é pior, a única coisa que me vem à cabeça são as construções que eu fazia com Legos de todas as cores. Tal e qual. Depois decidi andar numa determinada direcção, numa tentativa de evitar o centro da cidade, que eu aliás já conhecia. Caminhei, caminhei mas só encontrava ruas escuras e desertas, nem um único restaurante para amostra. Meia hora depois, já com o estômago a dar horas e o frio a apertar desisti do passeio panorâmico e dirigi-me para o centro, o único lugar em que eu sabia poder encontrar um restaurante. Lá cheguei após um passeio de 1 hora, quase sem ver ninguém. Jantei um belo bife à casa bem regado com o tinto da região e voltei para o hotel, não sem antes ter a curiosa tentação de comprar um maço de tabaco. Aos anos que eu não pensava em comprar tabaco, a solidão deu-me para isto. E cá estou meio deprimido, à espera que comece o jogo da selecção contra os russos. Ainda por cima o raio do hotel, que tem fama de ser o melhor da cidade, tem um aspecto verdadeiramente deprimente. Na semana passada fiquei no Íbis, hotel simples e barato mas de construção recente e com todos os confortos essenciais. Ora desta vez e devido à enchente de velhotes estrangeiros (vim depois a descobrir que andam por cá por causa das cerimónias em Fátima) o Íbis estava cheio pelo que me passaram para o D.João III, o tal que é o melhor cá do burgo. Ao entrar no aposento fiquei imediatamente surpreendido com o facto de me terem colocado não num quarto mas sim num pequeno apartamento, com hall de entrada, quarto, sala e casa de banho. Porreiro, pensei eu, ainda por cima o quarto é mesmo o maior que já vi num hotel. O problema é que o edificio é do tempo da D.Maria (ou se calhar ainda do tempo do D.João III) e não possui uma única lâmpada no tecto, sendo apenas e fracamente iluminado pela insuficiente luz de candeeiros de mesa. Nem imaginam a dificuldade que tenho em escrever estas linhas. O único local em que se pode mesmo ler um jornal ou um livro é na casa de banho!?! Ainda por cima a televisão que está na sala é tão pequena que tive de a puxar para o meio da divisão para poder distinguir alguma coisa. Bolas, estou com umas saudades de casa...