Badasso's Blog

segunda-feira, maio 31, 2004

Viva a 2ª Feira, ou talvez não

Eu adoro as segundas feiras. Bom, na realidade gosto mais delas quando, tal como hoje, coincidem com o último dia do mês, dia em que a minha empresa muito gentilmente e num gesto de generosidade abnegada que me vejo obrigado a sublinhar, distribuí pelos empregados as respectivas mesadas. Ainda para mais e como estou prestes a entrar de férias, por sinal as minhas maiores férias em quase 5 anos, estava ansiosamente esperando o pagamento do respectivo subsídio. Qual não é o meu espanto quando consultei hoje o meu extracto bancário, como sou um tipo mesquinho fui logo ver a conta às 7 da manhã, constato que só me depositaram a mesada de sempre, do subsídio nem pó. Na realidade a surpresa foi relativa já que não é a primeira vez que tal me acontece. De há cerca de dois anos e tal para cá a minha empresa instaurou umas regras bastante interessantes de marcação de férias e respectivos pagamentos dos subsídios que lhe estão adjuntos, pelo que é obrigatório, para se poder usufruir do graveto, marcar um mínimo de 10 dias úteis de férias no espaço de um mês. A letra miudinha do contrato está no facto desses 10 dias se reportarem obrigatóriamente a dias de férias do ano em questão, ou seja, no meu caso, como sou um tipo trabalhador, tiro poucas férias, ainda por cima na altura em que mais ninguém quer tirar e tenho sempre dias dos anos anteriores, tinha de estar 2 meses seguidos em casa para poder receber na data correcta (antes de ir de férias) o dinheiro que me é devido. Porreiro, viva a justiça social. Já me lixaram o resto da semana e eu que acordei tão bem disposto. O fim de semana foi agradável e relaxante, futeboladas, almoçaradas e descanso, que também faz falta. A novidade é que fui ontem eleito administrador do condomínio num prédio em que ainda nem sequer estou a morar. Possuo um apartamento no concelho de Cascais que adquiri com o intuíto imediato de passar a ocupar a tempo inteiro. Passados hoje exactamente 2 anos sobre a compra da casa continuo ainda no lar materno, situação que me preparo para finalmente alterar. Devo confessar que apesar de algumas dificuldades financeiras que tenho atravessado não me terem permitido mobilar imediatamente a casinha a meu gosto, ou pelo menos com o essencial para viver de forma confortável, nos 2 anos anteriores tive várias oportunidades de dar o passo definitivo para a emancipação, passo esse que fui sempre adiando. Talvez por comodismo, preguiça ou receio encontrava sempre mais um argumento que me mantinha onde estava. De qualquer forma aqui proclamo desde já a minha decisão inabalável de sair de vez de casa, mudar de vida e abraçar finalmente a minha total independência. Só foi pena foi o subsídio de férias que me tinha dado um jeitão para acabar de mobilar o casebre. Ah, grandes camelos!!!

P.S. Descobri ontem que nas traseiras da minha casa, onde por vezes pastam umas ovelhinhas, se avistam também coelhos, que despreocupadamente pulam pela vegetação circundante. Ai que bem que se vai estar no campo...

sábado, maio 29, 2004

A estupidificação do povo

No passado dia 24 de Maio, uma 2ª Feira, enquanto fazia o habitual zapping pelos cinquenta e tal fabulosos canais que a TvCabo nos 'oferece' e onde raramente existe alguma coisa que se aproveite, deparei-me com uma agradável surpresa ao passar pela RTP 1. Nessa noite o primeiro canal nacional teve a feliz idéia de apresentar um filme de excelente qualidade de seu nome "Les Rivìeres Pourpres". Mistura de clássico policial francês com o cinema moderno que por lá se faz nos nossos dias, um pouco a emitar o americano pois então, que as audiências também contam, este é um dos meus filmes favoritos com Jean Reno, que tem aliás aqui um papel à sua exacta medida. Não sendo um actor muito dotado no plano da verbalização dos sentimentos, tem no entanto uma postura invejável sempre que encarna personagens como aqui o Comissário Pierre Niemans, um tipo calado, duro, violento q.b. e que intimida com um simples olhar. Vincent Cassel, outro nome que começa a atingir certa projecção no cinema Europeu e não só, co-protagoniza com uma actuação sólida, adicionando o elemento de acção ao filme. O principal mérito desta obra vai no entanto e sem sombra de dúvida para o trabalho de realização de Mathieu Kassovitz, o talentoso e multi-facetado actor que brilhou a grande altura no inesquécivel "Le Fabuleux destin d'Amélie Poulain". Ele consegue transformar aquela que é uma história algo complicada e retorcida num filme inteligente e que prende a atenção do espectador do início até (quase) ao fim. Apesar de possuir o DVD do filme e de o ter visto mais do que meia dúzia de vezes detive-me um momento no primeiro canal, até porque se estava a passar por uma das minhas cenas favoritas, um diálogo bastante divertido , exactamente quando a personagem intrerpretada por Vincent Cassel, o outro policia da história, nos é apresentado pela primeira vez. Ora qual não é o meu espanto quando noto (também não era muito difícil notar) que os diálogos estavam todos em inglês, lingua que substituía macarronicamente o belo francês original. Resistindo à tentação imediata de mudar o canal assisti a não mais de dois minutos de filme pelo que pude apreciar, ainda para mais sendo conhecedor do verdadeiro conteúdo, o mau trabalho de dobragem que foi feito, o péssimo som da versão que estava a ver roçava mesmo o ridículo. Já para não falar dos próprios diálogos que de repente se tinham transformado em conversas banais entre bêbados nas traseiras de um bar em Chicago, descaracterizadas e sem a côr original, simplesmente vazias de sentido. Nada como os americanos para tirarem todo o sentimento a um filme. Apesar de ser liminarmente contra qualquer tipo de dobragens, assisti durante muitos anos no M6 (excelente canal generalista francês que foi recentemente retirado da grelha, vá-se lá saber porquê...) aos X-Files, que sempre andaram adiantados pelo menos 1 série em relação à TVI. Os tipos da M6 têm o mau hábito, à semelhança da maior parte dos canais europeus, de dobrarem tudo o que não encaixe na sua lingua materna, mas fázem-no com uma qualidade invejável. No caso dos X-Files, a qualidade era tão grande que chegaram ao ponto de contratar 'actores' com vozes o mais parecidas possivel com David Duchovny e Gillian Anderson, de tal forma que eu deixei de conseguir destinguir as vozes das dobragens dos originais Mulder e Scully quando mais tarde adquiri os Dvd's da (fantástica, maravilhosa, épica) série. Felizmente que no nosso país a moda das dobragens ainda não vingou. A RTP e a inevitável TVI (o ex-canal católico está sempre na vanguarda de tudo o que é estupido e mau) tentaram-no aqui há uns anos, mas na altura a coisa não pegou. Tenho porém receio que novas tentativas vão surgir pelo que me vou mentalizando que qualquer dia ainda vamos acabar por ver o Eddie Murphy dobrado em português com um sotaque africano. Pelo menos é o que acontece quando se dobram filmes de animação em Portugal, se o actor é preto tem de ter um sotaque africano, ainda não se deram conta que os americanos falam todos da mesma forma, independente de serem pretos ou brancos e que os diferentes sotaques por eles empregues são próprios das regiões de onde são oriundos e não da raça ou côr da pele. Qanto às dobragens, sinceramente nunca compreendi o interesse de reduzir tudo a uma forma mais simples de compreensão e de assimilação por parte do espectador. Será muito dificil ler as legendas ? Será complicado ou negativo ir aprendendo umas frases e expressões noutras linguas que não a nossa ? Será que isso não nos torna mais cultos ??? Mais abertos aos outros povos e à sua maneira de se expressarem ? Eu cresci no tempo em que os desenhos animados não eram dobrados, vinham todos no inglês original, salvo nos fabulos programas de Vasco Granja, em que a animação, na sua maioria com origem na europa de leste, aparecia legendada. E cedo cheguei à brilhante conclusão de que se queria perceber mais daquilo que via o melhor era aprender a ler, depois ler mais depressa senão as legendas desapareciam, e mais tarde o ideal era mesmo perceber o que os tipos diziam na sua lingua de origem. Ora o facto de não perceber tudo o que via na televisão não me impedia de, para aí desde os 6 anos de idade, me levantar cedo aos sábados de manhã, tal como milhares de outras crianças, para ir ver os bonecos. Nada disso me prejudicou, antes pelo contrário, foi assim que aprendi a falar inglês, francês, espanhol, italiano e ainda a dizer umas merdas em alemão.

'Nous sommes les maîtres, nous sommes les esclaves.'
'Nous sommes partout, nous sommes nulle part.'
'Nous maîtrisons les rivìeres pourpres.'

quinta-feira, maio 27, 2004

FC Porto, Campeão Europeu

E foi mesmo, eu já andava a dizer isto há algum tempo. Os tipos este ano iam levar tudo e mesmo assim foi uma sorte terem-nos deixado a Taça de Portugal como prémio de consolação. O Benfica acabou certamente por merece-la, não pelo que jogaram na final mas pelo trabalho e esforço que os seus atletas colocaram num último mês de temporada em que acreditaram até ao fim que podiam, eles também, ganhar qualquer coisa. Como bom português que sou, ontem torci pelo Porto pois ao faze-lo estava naturalmente a torcer por Portugal. Ainda que tendo de gramar com o Pinto da Costa, mais o Mourinho, mais o Reinaldo Telles, mais o André, mais....
Bom, parabéns para eles. Fizeram sem dúvida algo de extraordinário e inédito, conseguindo após uma temporada fenomenal que culminou na conquista da Taça Uefa, ultrapassar uma fasquia que eles próprios tinham tornado prácticamente intransponível. Além disso practicaram um futebol de qualidade, com alguns momentos de verdadeiro génio, muito longe do tal anti-jogo que ingleses e espanhois alardearam depois de terem sido afastados. O cotovelo doí que se farta por essa Europa fora. Os monegascos ontem foram uma presa fácil, fácil até de mais para uma equipa do Porto que, mesmo fazendo uma exibição algo apagada no primeiro tempo, dominou em prácticamente todos os aspectos da partida. Certamente que beneficiou de um golo inicial obtido com alguma sorte e até um pouco contra a corrente do jogo, mas soube sempre gerir a vantagem até ao ponto em que ao Mónaco não restava mais do que o tudo por tudo da avalanche ofensiva. Depois foi só contra-atacar e colher a fruta que por esta altura estava mais do que madura. Foram três, podiam ter sido mais. Da conquista portista devo salientar mais dois pontos que me parecem de grande importância. Em primeiro lugar o facto de no onze titular figurarem oito portugueses, nove se contarmos com Deco (eu não conto). Numa altura em que tantas críticas se tecem ao estado actual do futebol português, supostamente invadido por estrangeiros de inferior qualidade e em que pouco se investe nos jovens talentos nacionais, o Porto mostrou como se chega ao topo da Europa (ou seja, do mundo) usando praticamente apenas a prata da casa. Em segundo lugar, a autêntica bofetada que o Baía deu no Scolari, tendo efectuado uma exibição fabulosa, com defesas importantes e demonstrativas da sua classe, que inclusivamente serviram para manter o Porto na partida até marcar o primeiro tento. O Mónaco entrou bem melhor no jogo e poderia ter sentenciado logo no início. Ridícula a birra de Scolari em não levar Baía ao Europeu. Quem perde é a selecção.
No fim de tudo a glória aos vencedores, o bilhete de avião de regresso ao Mónaco aos vencidos. Para o ano há mais e espero que a sorte continue a sorrir na Europa a outras equipas Portuguesas (de preferência a uma que traja em tons mais vermelhuscos). Espero também que este seja um bom prenúncio para o Europeu que se avizinha e que os jogadores portistas não cheguem muito fatigados ao estágio da selecção. Parece que eles têm uma irritante tendência para se cansarem sempre que deixam o clube. Não sou eu que o digo, é o Super-Mourinho, que se tornou hoje e para meu grande desconsolo, no melhor treinador do mundo. Exactamente!!!

quarta-feira, maio 26, 2004

Tá-se bem, bem mesmo

Ontem fui ao teatro. Devo confessar que era algo que não fazia há muitos anos, desde o tempo em que ia ao teatro em visitas de estudo, ainda nos tempos da escola, ainda antes de ir para o liceu. O pouco teatro a que assisti depois disso resume-se a umas quantas obras de Shakespeare que acompanhei pela televisão em canais ingleses, pobre substituto de uma peça ao vivo. Das menos de meia dúzia de experiências teatrais que vivi na minha "infância" sempre saí agradado e agradavelmente surpreendido com o que vi, pelo que o facto de eu não ir ao teatro com frequência se deve mais à falta de hábito do que a qualquer preconceito contra essa nobre e vetusta forma de arte. Penso que esse é também o mal dos restantes Portugueses, é mais seguro ir ao cinema, mais barato também, já sabemos ao que vamos e dificilmente somos surpreendidos, além disso é muito mais fácil encontrar assunto de conversa para discutir numa festa chata quando se foi ver um filme que o resto do mundo também já viu. Mas voltemos um pouco atrás na estória. Antes de assistir à peça, fui juntamente com os amigos que me acompanhavam jantar a um restaurante chinês situado em Telheiras. Na opinião de um grande amigo meu este é sem dúvida o melhor restaurante chinês da cidade, opinião que me pareceu algo dúbia e falaciosa, mas que pude comprovar não estar isenta de fundamento. O cliente incauto que aí entra pela primeira vez é logo agradavelmente surpreendido pela harmonia visual da decoração dominada à entrada por uma fonte contendo umas quantas tartarugas (suponho que não para consumo da casa), tudo longe do habitual look plástico tipo loja dos 300 (ou do euro e meio) que é hoje a imagem de marca de outros restaurantes de semelhante etnia. Surpreendentes são também as dimensões consideráveis daquela que é apenas a primeira de duas salas e cuja modesta fachada não deixavam antever. Felizmente chegámos cedo e o estabelecimento encontrava-se quase vazio pelo que escolhemos uma mesa agradável e encomendámos, confiando no experimentado gosto de um dos amigos que me acompanhavam, no que veio a provar-se ser uma escolha acertada. Realmente a comida era excelente, com cada prato a apresentar um gosto específico em vez do habitual sabor uniforme e já algo repetitivo que usualmente encontro noutros restaurantes chineses e que me fez até encarar com relutância inicial o jantar que aqui descrevo. Em companhia agradável e divertida as quase 2 horas que duraram a refeição passaram num ápice, não me apercebendo eu sequer que à nossa volta as mesas se iam enchendo de outras pessoas que, tal como nós, pareciam apreciar verdadeiramente a refeição e o ambiente. Alguns minutos antes do início da peça rumámos então ao Teatro da Luz, tendo ocupado os nossos lugares numa sala pequena mas acolhedora, revelando-se mais tarde também possuidora de uma excelente acústica que permitia seguir sem esforço até os mais pequenos murmúrios dos actores. Na platéia apenas 30 pessoas a assistir entre algumas colunáveis que não reconheci, menos de meia casa. Pelo que me explicaram esta peça, 'Tá-se' de seu nome, está já em fase de reposição, tendo-se tratado mesmo de um sucesso assinalável durante o período de exibição normal. Em traços largos a obra trata das relações entre quatro jovens universitários, dois rapazes e duas raparigas que partilham um apartamento, passando-se toda a acção na sala comum da casa. Os quatro protagonistas são interpretados por quatro jovens que eu não reconheci mas que me disseram tratarem-se de actores que se dividem frequentemente entre o palco e as novelas. Tal como já disse não sou espectador habitual de peças de teatro pelo que não vou fingir saber criticar convenientemente o mérito ou a falta dele nos actores ou no argumentista (ou dramaturgo ???). Sei porém reconhecer aquilo de que gosto e desde já afirmo que gostei imenso, tal como o restante público que participou activamente nas gargalhadas quase constantes que enchiam a pequena sala. Um pormenor chamou-me a atenção, a presença de dois televisores tamanho gigante de cada lado do palco e que tinham como função acompanhar por meio de uma câmara de video os actores, sempre que estes saíam em direcção aos camarins para trocar de roupa, normalmente todos juntos, no que constituía o avanço temporal na estória. Desta forma o espectador não fica a olhar para um palco vazio e o ritmo por vezes alucinante a que se sucedem as cenas não é quebrado. E também é agradável ver as actrizes em trajes menores. Naturalmente. Dos actores posso dizer que gostei da espontaneidade dos quatro e da maneira como estavam perfeitamente integrados na estória, da forma descontraida com que falavam e da naturalidade das reacções que provocavam uns nos outros, como se estivessem realmente a viver juntos uma rotina de vários anos.
Depois da noite de ontem, para mim uma das mais bem passadas dos últimos tempos, fiquei naturalmente com vontade de repetir a dose, opinando ainda que os 10 Euros que custou o bilhete foram dados por muito bem empregues.

terça-feira, maio 25, 2004

Elizabete contra o comboio

Não podia de modo algum deixar passar a fabulosa noticia que me fez companhia enquanto tomava o meu pequeno almoço esta manhã assistindo à minha compactada dose diária de informação televisionada. Já tenho saudades dos tempos em que acordava e ouvia logo falar de pedofília. Como esses tempos já lá vão, a SIC Noticias, canal em causa e no qual reconheço alguma credibilidade, isenção e bom senso, decidiu fazer um especial com reporteres no local e entrevistas em directo, dando assim uma cobertura noticiosa fora do comum para um acontecimento tão fútil e ridiculo. Parece então que houve alguém na CP, mais um desses fenomenais comglomerados monopolistas made em Portugal e onde só trabalha gente de reconhecido mérito e inteligência, que teve a idéia peregrina de realizar uma corrida. Mas não uma corrida qualquer como é óbvio, trata-se então de uma corrida entre dois pilotos e um comboio. O local de partida, Sintra. O local de chegada, a estação do Rossio. Os dois pilotos, ela a Elizabete Jacinto que vai tripular uma mota, ele o José Megre que fará a viagem de carro ao volante de um Nissan Micra. O comboio em causa será um semi-directo que habitualmente cumpre o trajecto Sintra-Lisboa e será conduzido, os tipos da CP não podiam deixar de sublinhar esta, por uma mulher. Se fosse um homem de certeza que não falavam disso. A máquina das relações públicas no seu pleno. Se o desafio à partida parece desigual, mais complicado fica para os dois pilotos quando se vem a saber que ambos terão de chegar ao Rossio atravessando a rapidissima e desimpedida IC-19, o que, considerando a hora em que se vai processar o evento, 8:00 AM, deixa antever belas cenas de picanços, insultos e pugilato. Sim, porque acrescentar mais dois pilotos profissionais aos milhares de pilotos de Formula 1, Formula 3000, Formula Indy e Stock Cars que já lá passam todos os dias só pode dar molho. Deixo por agora o desfecho da corrida, que por acaso se desenrola no exacto momento em que escrevo estas linhas, para me deter no real significado do desafio lançado pela CP e pelos benefícios que esperam colher da iniciativa. Ora após o que aconteceu em Madrid há cerca de dois meses e meio é mais que previsivel que com o aproximar do Euro o número de passageiros nos comboios caia em flecha. O Portuga não é parvo. Ainda para mais que na passada 6ª Feira estando eu na Estação de Entrecampos aguardando a chegada do comboio que me levaria a casa ouço o reconfortante seguinte aviso pelo sistema sonoro : "Senhores passageiros, acautelem as vossas bagagens. Qualquer volume que seja deixado só será imediatamente recolhido e destruido pelas forças da autoridade". Ou seja, entrámos oficialmente em alerta terrorista. Aproveito também o tema da conversa para expôr um protesto, já que sou utilizador habitual de parte da referida linha. Realmente e como foi frizado na peça da SIC Noticias por diversas vezes, os comboios que rumam ao Rossio são em número elevado, passando muitas vezes com um número bastante reduzido de passageiros. O utente não tem mais do que aguardar alguns minutos para se fazer transportar comodamente até ao seu destino. O mesmo não se passa com os comboios que vêm do Cacém com destino ao Areeiro ou Oriente, com passagem por Entrecampos e que servem uma população cada vez maior, onde eu aliás me incluo. Estes passam de 15 em 15 minutos, vêm sempre cheios e são manifestamente insuficientes para transportar condignamente todos aqueles que pagam para usufruir de um serviço que deveria ter melhor qualidade. Só tenho pena que os competentes jornalistas não tenham tido a idéia, peregrina também talvez, de entrevistar uns quantos passageiros recolhendo assim algumas opiniões que não as do sorridente e confiante representante da CP. Mais uma vez as relações públicas. Só mesmo em Portugal se lançam desafios que à partida já estão ganhos, para podermos colher os louros de sorriso aberto e barriga cheia. Voltando à corrida de hoje, devo confessar que ponderei esperar mais alguns minutos na Estação de Benfica para poder apanhar o comboio em competição que ali fez escala por volta das 8:22. Assim que andássemos 500 metros puxava o manípulo de emergência e lixava-os, pirando-me naturalmente em seguida.
Força Elizabete!!!

segunda-feira, maio 24, 2004

The Talented Mr. Ripley

Hoje é 2ªFeira. Este é unânimamente o dia mais odiado e amaldiçoado por todos aqueles que trabalham, ou pelo menos aqueles que, quando se inicia a semana, não podem prosseguir em pleno as actividades a que se dedicaram nos dois dias anteriores. Confesso que também eu já nutri uma antipatia raivosa pelo dito dia, principalmente quando estava a meio do Domingo e percebia que o fim de semana estava a acabar, agarrando-me a cada hora como se fosse um condenado à morte com hora marcada com o carrasco. Felizmente que ultrapassei essa fase, cheguei à brilhante conclusão que o fim de semana vai até à hora em que eu me deitar, podendo e devendo ser aproveitado na sua plenitude, sendo a 2ª Feira um dia igual aos outros. Assim sendo, levantei-me hoje cedo e cumpri o meu rotineiro ritual de ida para o emprego, constatando a cada momento a veracidade da minha teoria de que os portugueses à 2ª Feira acordam todos mais tarde que o habitual. O comboio vai mais vazio, o trânsito é mais fluído e os próprios passeios desempedidos levam-me por vezes a relembrar a famosa cena de Tom Cruise em "Vanilla Sky", numa Times Square vazia de gente. Quando no meu habitual trajecto a pé passo à porta do nosso primeiro, o Durão, ainda o seu veiculo não se encontra à vista, o cavalheiro só sai depois das 09:30. Ainda não são 8 horas quando chego ao local de trabalho, local esse que encontro igualmente vazio. A minha colega madrugadora está de férias pelo que num andar onde trabalham cerca de 15 pessoas estou prácticamente só. Começo a escrever e pela janela observo a minha recém adquirida vista sobre a Praça de Alvalade. Quando se passam vários anos numa cave com vista para um mágnifico frigorifico negro da IBM qualquer janela ganha uma importancia capital, ainda que com vista para um beco ou um descampado. Acabei por ter sorte na janela que me atribuiram, do meu lugar posso ver a Avenida larga que se estende para lá do Sto.António bem como um grande pedaço de céu, riscado apenas pelas aeronaves que de tempos a tempos se fazem à pista do aeroporto da Portela. Por esta altura já todos se interrogam do que esta história tem a ver com o título do artigo. Já lá vamos. No sábado fui jantar com os meus amigos João e Rui, companheiros habituais de almoços e jantaradas, bem nutridas e melhor regadas (a rima foi acidental). Os três partilhamos algumas paixões, uma das quais o gosto por refeições demoradas em alegre convivência na companhia dos amigos e de uma ou mais garrafas de Monsaraz, tinto evidentemente. Se não houver, serve Monte Velho. De entre os vários temas que aflorámos nessa noite entre cada garfada de um excelente leitão de Negrais, devo sublinhar uma conversa sobre um assunto rotineiro entre nós, o cinema. Devo desde já dizer que somos os três apreciadores indefectiveis da 7ª Arte e possuidores todos nós de uma significativa e diversificada biblioteca de DVD's. Filme puxa filme e a coisa acaba por descambar naquele que, na opinião dos meus distintos companheiros é um filme de paneleiros e para paneleiros. "The Talented Mr. Ripley", na versão nacional e num momento rarissimo de inspiração dos tipos que decidem os nomes dos filmes em portuga, "O Talentoso Sr.Ripley". Para quem não viu o filme tentarei então explicar a história. O Ripley é um rapazola pobre que viveu toda a vida como criado dos ricos e que tem um certo talento para a aldrabice e para imitar, tanto as assinaturas como as expressões e vozes de outras pessoas. O tipo devia sem dúvida ter ido para a politica. Certo dia e no decurso de mais uma das suas petas surge a oportunidade de viajar para a Europa, Itália mais precisamente, em busca do filho de um milionário que afirma conhecer. Tudo tanga. Aí chegado apaixona-se primeiro pelo estilo de vida que encontra e depois pelo tal rapaz filho do tal milionário. Nesta fase a teia de mentiras em que se envolve é já considerável, sendo exponencialmente aumentada quando o nosso Ripley num momento de loucura avassaladora e homicida mata o Dickie, era assim que se chamava o jovem playboy, e assume a sua identidade, entrando num perigoso e excitante jogo de sexo, mentiras e vídeo. Bem, tudo menos o sexo e o vídeo, mas não resisti ao trocadilho. A policia italiana entra em cena e assistimos a um conjunto de manobras inteligentes por parte do personagem principal para escapar à captura, isto tudo enquanto tem de manter a fachada sobre duas ou três identidades que já tinha assumido. Imaginem que sempre que falam com uma pessoa diferente têm de dar um nome diferente. Complicado não ? E se duas pessoas que o conhecem com diferentes nomes se encontram ? As possibilidades são infinitas e o filme é extremamente interessante e inteligente, ainda que não sendo própriamente um 'action movie'. Os pormenores postos nos cenários, especialmente na caracterização da pequena vila italiana à beira mar onde se passa a maior parte da acção são fabulosos. Gwyneth Paltrow, Jude Law e Cate Blanchett acompanham na perfeição Matt Damon num elenco fabuloso. E a verdade é que em nenhum momento do filme se observa qualquer cena homossexual explicíta, o que no entender do João faz dele um filme para paneleiros, maricas e outros apelidos igualmente coloridos com que os meus amigos me brindam sempre que se fala na coisa. Vá-se lá entender esta gente...
Ontem por acaso e nem de propósito vi o trailer do filme que começa onde este acaba, "Ripley's Game". Para um cinéfilo como eu é vergonhoso admitir que este é já um filme de 2002 e que eu nem o conhecia, principalmente quando gostei tanto do primeiro. Mas enfim, acontece aos melhores. Neste segundo filme já não entra o Matt Damon, quanto a mim um dos grandes trunfos da obra original, em sua substituição e até porque a história se passa numa fase bem mais adiantada da vida do personagem aparece agora outro actor de renome, John Malkovich. Não será por aí portanto que a qualidade vai faltar. O que me surpreendeu no trailer deste filme foi ter ficado com a idéia, talvez errada, os trailers são mesmo assim, de que o nosso Ripley se transformou num assassino profissional, tal é a quantidade de sangue que se vê pelo ecrân em tão curto espaço de tempo. Se assim fôr parece-me que não vou gostar tanto desta versão. Um dos pontos fortes do primeiro filme era observar o drama intimo do nosso amigo mentiroso bem como a luta que travava contra si mesmo sempre que tinha de pisar o risco. Agora pelos vistos o risco já não existe.

sábado, maio 22, 2004

A selecção de todos nós (mais de uns do que de outros...)

Ora aproveitando a onda de entusiasmo, típico sentimento em alguém que inicia algo de novo (vamos lá ver se a vontade é a mesma daqui a 3 meses...), sigo já para a discussão da grande questão nacional que constituiu a escolha dos 23 magriços (agora são tugas, merda de nome!!!) que vão representar as nossas cores. Não sei bem se são realmente as nossas cores porque os tipos dos equipamentos estão sempre a mudar de vermelho pra grená e o verde também já não parece bem verde, mas adiante. A verdade é que ao longo desta semana tenho tido repetidas discussões (algumas a roçar a violência)com amigos e colegas de trabalho sobre as escolhas de Scolari. Claro que se alguns jogadores reunem a concordância dos portugueses, outras das opções do técnico serão mais polémicas, destacando-se entre estas a problemática do binómio Baía/Moreira/Hilário (a malta do Porto insiste em fazer um trinómio do binómio, o que se há-de fazer???), a questão de Beto em vez de Meira ou Ricardo Rocha, os 8 kilogramas que Heldér Postiga engordou esta época no banco do Tottenham e o porquê da exclusão de Boa Morte. Fica aqui então a minha análise aos 23 selecionados bem como aos seleccionáveis que ficaram de fora. (O texto é um bocado longo mas a culpa não é minha, não fui eu que decidi pôr lá 23 gajos):

Ricardo (Sporting CP) - Titular practicamente indíscutivel da baliza do onze nacional, será sem dúvida um dos dois melhores keepers nacionais (o outro vai ver o Euro na bancada), apesar de ter feito uma das sua piores épocas, tanto no Sporting como na própria selecção nacional. De qualquer forma penso ser um jogador que oferece garantias de qualidade e irá realizar com certeza um europeu de nível.

Quim (SC Braga) - Apesar de ser um guarda-redes de méritos reconhecidos e já com uma larga carreira atrás de si que justificaria a chamada ao europeu, parece-me tratar-se claramente de um outsider.

Moreira (SL Benfica) - A sua escolha parece ter sido tão inesperada que hoje, 22 de Maio e largos dias após o anúncio da lista de convocados, ainda não se encontra no site do Euro 2004 a ficha pessoal do jogador. Pois para mim não foi nenhuma surpresa pelo simples facto de Moreira, apesar da sua tenra idade, ser titular num dos 3 grandes portugueses e ter sido sem dúvida ao longo da época o guarda redes mais regular do nosso campeonato. A sua escolha acaba por ser ensombrada pelo facto de estar escolhido também para o Europeu de Sub-21. Scolari aqui faltou à palavra pois tinha dito que não misturaria jogadores das 2 selecções. Alguns portugueses, nomeadamente aqueles que habitam a norte do Douro, declararam que preferiam Hilário na selecção. Hilário !?!? Esta nem vale a pena comentar...

Jorge Andrade (Deportivo La Coruña) - Este é daqueles que não oferece dúvidas e não divide ninguém, claramente um dos melhores centrais da actualidade no panorama luso. Boa velocidade e movimentação táctica, embora necessitando ainda de melhorar a capacidade de marcação ao adversário.

Fernando Couto (S.S. Lazio) - Jogador com uma experiência bem longa, com lugar mais do que assegurado nos 23 e na minha opinião no 11 titular, tem ao longo dos anos baixado o seu nível de agressividade (quem pode esquecer os duelos e escaramuças com Mozer nos escaldantes derbies Benfica/Porto). Preocupa-se agora mais com a colocação em campo e em acertar no tempo de corte, até porque a velocidade já não é a mesma.

Ricardo Carvalho (FC Porto) - Mais um excelente central a alcançar a notoriedade no Porto, nos últimos anos têm sido mais que muitos. Será sem dúvida a principal escolha para o centro da defesa em caso de indísponibilidade de Andrade e Couto. Forte e decidido tem uma atitude de luta bastante apreciável e necessária para a posição que ocupa. Excelente jogo de cabeça, concretiza com frequência nos pontapés de canto.

Miguel (SL Benfica) - Apesar de ser um lateral 'descoberto' por Camacho e adaptado ao lugar, sente-se como peixe na água a jogar naquela posição, já que consegue aliar a velocidade com uma boa disponibilidade física o que lhe permite varrer todo o corredor direito, subindo no terreno de forma perigosa. Falta-lhe por vezes alguma clarividência.

Paulo Ferreira (FC Porto) - O Mourinho diz que ele é o melhor lateral direito do mundo. O Mourinho é sem dúvida uma besta quadrada, mas até percebe de bola. E sim, na minha opinião é um grande jogador, titular indiscutivel e que me parece possuir todas as condições para realizar um excelente europeu.

Nuno Valente (FC Porto) - Mais um sub-aproveitado por todos os clubes por onde passou até chegar ao Leiria de Mourinho, transferindo-se depois com o técnico para o Porto onde se transformaria num excelente lateral, forte no apoio ao ataque, decisivo nas missões defensivas. Os lagartos sempre que o vêm nem acreditam nos seus olhos... Na minha opinião deve ser titular.

Rui Jorge (Sporting CP) - Esteve na eminência de não poder ir ao europeu por vias de um caso de doping mal explicado, situação entretando sanada. Perdeu força e agressividade desde que se transferiu do Porto para o Sporting (isto de certeza que a água de Lisboa é uma merda), que eram as suas principais caracteristicas e trunfos. Acaba por ser seleccionado por não existir alternativa viável para aquele lugar. Apesar disso e se fôr chamado a jogar fará com certeza exibições regulares e sem comprometer.

Beto (Sporting CP) - Um central cujo nível de forma oscila bastante durante a época, sendo sempre difícil de avaliar em que estado se encontra no momento. Tem como trunfo a polivalência de funções, já que no Sporting alinha com fequência a lateral direito, podendo até subir para o meio-campo em caso de necessidade (esperemos que a necessidade não surja). Em minha opinião deveria ter sido preterido em favor de Fernando Meira. À sua frente estaria ainda Ricardo Rocha, outro central com experiência como lateral.

Tiago (SL Benfica) - Mais um jovem e talentoso centrocampista português que surje neste final de época numa deficiente forma fisica. Pergunto eu, se Tiago não aguenta uma partida inteira ao ritmo de jogo do Benfica como poderá ele representar condignamente o seu país num campeonato desta importância e envergadura ? Já se devem ter esquecido da figura que fez o Figo em 2002 quando jogou o mundial aleijado.

Petit (SL Benfica) e Costinha (FC Porto) - Este dois atletas surgem juntos porque têm bastante em comum. Em primeiro lugar reunem o consenso geral no que respeita à convocatória. Quem acha que um deles não deveria ter sido chamado só pode ser Espanhol!!! Além disso, e na minha humilde opinião, representarão a espinha dorsal do 11 titular, tendo o importante papel de segurar o jogo adversário no meio-campo (mais vale segurar no meio-campo que na defesa) e iniciar a construção de lances de ataque. Dois trincos à antiga, do tempo em que nem passava a bola quanto mais o homem.

Deco (FC Porto) - Jogador talentoso e dinâmico, fez uma época abaixo do seu nível no Porto, apesar de ter efectuado uma grande exibição na final da Taça de Portugal (aí é que o gajo podia ter jogado mal). Quanto a mim ainda não conseguiu transpôr para a selecção o talento que lhe é reconhecido por todos, talvez pelo seu carácter introvertido. Acerca da sua naturalização sou completamente contra, qualquer dia os Emiratos Árabes Unidos como uma das nações mais ricas do planeta naturalizam a selecção Brasileira inteira e são campeões do mundo. Não me lixem!!!

Rui Costa (AC Milan) - Previsivelmente de saída do Milan onde foi relegado para uma poição secundária pelo fabuloso Kaká, perdeu um pouco da sua fantasia futebolistica por ter passado grande parte da época a ver jogar. Ainda assim é sem dúvidas o maestro com o qual qualquer uma das selecções presentes no Euro gostaria de contar. Importante que esteja bem fisicamente para poder render nos 90 minutos.

Luís Figo (Real Madrid) - Acredito que neste europeu poderemos finalmente ver o verdadeiro Figo de outros tempos, do tempo em que levava o Barcelona às costas (esses ingratos de merda), partindo para cima dos laterais de cabeça levantada e ganhando sistemáticamente a linha para cruzar milimetricamente para a pequena área. Tendo feito um grande final de época no Real Madrid (ao contrário do resto da equipa) parece estar num momento de forma que permitirá esquecer as terriveis exibições da Coreia no mundial de 2002.

Maniche (FC Porto) - No caso deste rapazinho são os adeptos lampiões (ou lampeões ???) que olham para o ar enquanto assobiam e coçam a barba sempre que o veem marcar mais um golo do outro mundo (mais uma vez vem à baila a questão da pobre qualidade da água lisboeta). Esteve para não ser escolhido por via de várias transgressões no campo disciplinar mas no fim o Scolari teve de engolir o orgulho, o pouco que lhe resta, e lá estará ele então, diga-se que de forma inteiramente merecida. Um jogador polivalente e raçudo (por vezes até de mais) que traz sempre uma mais-valia a qualquer equipa que represente.

Cristiano Ronaldo (Manchester Utd) - Tendo feito exibições algo irregulares ao longo da temporada ao serviço do United surge memo assim nos 23 por mérito próprio. Jogador veloz e de finta rápida (pormenor importante) pode jogar encostado ao lado direito (se fôr necessário deslocar Figo para a esquerda) ou até mais no centro do terreno no apoio ao Ponta de Lança. Scolari já o colocou a jogar nessa posição, ainda que sem muito sucesso.

Simão Sabrosa (SL Benfica) - A sua titularidade não é garantida, dependendo sempre da escolha de Scolari para o meio-campo, nomeadamente no número de trincos a alinhar de início. Se Portugal jogar com Costinha e Petit, cenário mais do que provável, Sabrosa vai até ao banco. Mais um jogador cuja forma oscila bastante, parecendo estar neste momento num crescendo da mesma. Esperemos que sim e que possa efectuar um bom campeonato quando fôr chamado a intervir.

Pauleta (Paris St-Germain) - Sem dúvida alguma o típico Ponta de Lança português de sempre, sem absolutamente qualquer técnica ou capacidade de remate, deambula pelo meio-campo adversário(leia-se grande área) procurando receber a bola dos verdadeiros jogadores de futebol para marcar isolado e colher os méritos da jogada. Ok, esta é a minha visão pessoal do atleta, mas a verdade é que o tipo marca golos. E muitos, mesmo muitos. Esperemos que continue assim porque de certeza que será o titular lá na frente. Ai, ai...

Nuno Gomes (SL Benfica) - A antitese de Pauleta. Jogador dotado de excelente técnica, capacidade de finta e de passe acima da média para alguém da sua estatura, visão de jogo inaudita para um Ponta de Lança. Só não sabe é marcar golos. Ou pelo menos falha muitos. Mesmo muitos.

Hélder Postiga (Tottenham) - Para mim o melhor Avançado Português da actualidade, ou pelo menos até ir para o Tottenham (Londres sofre do mesmo problema da qualidade da água que Lisboa). O que é facto é que este ano o rapaz não jogou, foi titular para aí por uns 15 jogos, em que não marcou nenhum golo, e depois foi vê-lo ir para o banco. Aliás lá mais para o fim da temporada nem ao banco já ia. O que vai ele fazer ao Euro ??? Simplesmente é o 3º Ponta de Lança num país onde só existem 3 Pontas de Lança. Teria talvez podido ser substituido por Luis Boa-Morte, jogador que, apesar de não ser do meu agrado, daria uma maior profundidade ao banco luso, já que tem boa velocidade e capacidade de se chegar às alas.

Conclusão da história:
Quem foi escolhido foi, quem não foi já não vai ser portanto temos é que apoiar esta equipa e sonhar que poderemos ir até ao fim.

Blog !!!? Qué lá isso ?

Pois é, tendo eu verificado que qualquer animalária do planeta e arredores começou a publicar em barda os seus mais intimos e secretos pensamentos, decidi eu também, e porque sou basicamente um invejoso do caneco, começar hoje um Blog. Nem mais, eu também quero dizer mal deste e daquele, discutir opções politicas, a constituição do onze Benfiquista no jogo de ontem, os efeitos devastadores do El Niño na produção anual dos vinhos Alentejanos (principalmente os tintos que são uma maravilha), a problemática associada ao aquecimento global ou até a importantissima questão que é a díficil e delicada reprodução do Porco-Espinho. Se a coisa correr bem e não me faltar a inspiração espero também conseguir trazer a este espaço uns quantos amigos com jeito para a conversa de mal dizer. E é aí que a coisa vai começar a ser interessante...

Prontos pá, tá terminado o Post de abertura, agora já posso ver como fica o Blog na net...